sexta-feira, 28 de abril de 2017

Os reflexos das ocupações estudantis de 2015 atualmente.



A afirmação de que a juventude atual era desmotivada e alienada dos assuntos políticos caiu por terra com o surgimento do movimento dos estudantes secundaristas em 2015, inspirados na Revolta dos Pinguins, movimento estudantil chileno que ocorreu em 2006 com o objetivo de reivindicar melhorias na educação do Chile, os estudantes ocuparam escolas contra a reorganização escolar proposta pelo governo Alckmin.

No ano seguinte uma nova onda de ocupações, dessa vez cultural, ocorreu após o afastamento de presidente Dilma Rousseff, inspiradas nas ocupações estudantis do ano anterior, e hoje, dia 28 de abril de 2017, acontece à greve geral contra as reformas trabalhistas.

Os estudantes secundaristas estavam envolvidos tanto nas ocupações culturais de 2016 quanto estão hoje demostrando apoio a greve geral, não é lógico, portanto continuar negando que as questões politicas entraram em pauta nas escolas e que os estudantes estão cada vez mais participativos e engajados, os reflexos das ocupações de 2015 estão presentes ainda hoje onde elas ocorreram, estudantes que antes eram desmotivados, não viam sentido na escola, hoje são interessados nos caminhos da educação brasileira, além de conquistar seu objetivo principal, que era barrar a reorganização escolar, conseguiram bem mais, houve cultura, politica e educação promovida pelos próprios estudantes no interior destas, em que eles foram protagonistas de sua própria transformação de como a educação deve ser feita.

A sociedade em geral precisa parar de subestimar os estudantes, parar de subestimar sua capacidade de organização e de produzir politica e transformação, a escola é um local de efervescência onde os próprios estudantes discutem as pautas que os afligem, precisamos ouvir esses jovens, atender suas demandas, pois no final é para eles que fazemos educação.
                                                            



Por Mariana Alexandre, estudante do primeiro semestre do curso de Ciências Sociais, Unicamp-Campinas, parte da equipe do projeto prodocência.

Publicações regulares toda sexta-feira.

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